30 junho 2007

A Margem

O rio a percorrer é o mesmo, na mesma margem encara-se a ponte de outra maneira.
Outro ângulo que poderá distorcer a visão de quem com mais avidez quer galgar os dias e as noites com medo que o eterno sono apareça. Agora que encontrou o remédio das suas noites sem luz, sabe que o Sol que a ilumina apesar de caminhar na mesma margem é obrigado a esconder-se por entre vegetação agreste onde velhas teias persistem em cultivar os medos na travessia da velha ponte.
O Sol, esse, interroga-se como será ver a Lua do outro lado. Gosta das noites de Lua cheia e tem medo de ao atravessar o rio, não conseguir dar à Lua aquilo que ela tão bem merece.
Assim, lentamente o Sol percorre rio abaixo, na expectativa de encontrar uma ponte sólida que consiga atravessar e dar à Lua todo o seu calor e luz que ela tanto precisa.
Dia a dia o Sol ilumina este rio que quer que seja muito longo, não deixando adormecer a Lua nem afogar-se em lágrimas, porque de lágrimas vai este rio cheio e de luz é também feita a vida.
O mar, esse espera as paixões eternas de que o céu é testemunha.

“Rico de mim, que só te sei AMAR”

8 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O eterno sono acontece todos os dias um pouco, quando o Sol desaparece no horizonte. Há um longo caminho que a Lua tem q percorrer sozinha em cada noite e por vezes não basta a esperança do renascer. No céu cruzam-se com ela nuvens escuras de tempestade que escondem a sua face e dias há, em que ela não consegue romper a densa escuridão que a rodeia. A Lua alimenta lá no fundo a esperança do encontro final mas também sabe que esse momento está muito para lá do seu olhar. A Lua, nas suas várias fases passa da grande intensidade de luz para a invisibilidade mas, sempre presente, aguarda ansiosa cada manhã o despontar do astro-rei. Luz da minha vida! ergue-te bem alto e domina o céu e o mar. Derrete com o teu calor as velhas teias e deixa que as pontes ferrugentas e frágeis se transformem no rasto de luz que eu possa percorrer! Deixa que a tua luz preencha todos os dias o deserto do meu solo e afasta também do meu céu o terror de uma noite sem fim.

julho 01, 2007  
Blogger Bichodeconta said...

Olá, cheguei aqui ao acaso, mas já deu para perceber que é lugar para voltar e parar.. Parabéns, gosto do que encontrei.. Deixo um abraço.. Ell

julho 12, 2007  
Blogger Rhiannon said...

Leticia Gabian!

N�o conhecia. Valeu!

julho 15, 2007  
Blogger Ovelhas Ranhosas said...

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Méé.

julho 30, 2007  
Blogger Leticia Gabian said...

Olá, José!
Depois de muito tempo volto aqui e, com muita alegria, vejo que o sol e a lua continuam a alimentar esse amor tão lindo.
Também, com muita alegria, ouço a minha voz a cantar pra esse amor.
Que nunca haja um céu sem o ouro do sol nem a prata da lua.
Beijos

julho 31, 2007  
Blogger Maria said...

Lindo texto de amor....
Ouvi dizer que o mar ficou mais cheio quando o rio desaguou...

O meu mar fica...

Abraço

agosto 01, 2007  
Blogger Unknown said...

lindissimo texto...adorei
belissimas palavras, voltarei, decerto;)

Pudáins
;)

agosto 15, 2007  
Anonymous Juliana Paez said...

Simplesmente maravilhoso....parabéns!!!

outubro 28, 2009  

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