21 outubro 2005

Tempo

A chuva caí, certinha, lenta e nostálgica e os poucos verdes começam a desbotar, em sincronismo com o meu estado de espírito. A música, essa, vai tocando e é a unica que me consegue dar o calor e a companhia para mais um dia. As pessoas lá fora correm para os seus empregos, para o seu dia a dia, com a esperança do amanhã, que por aqui anda perdida. Das palavras faço carícias, dos sons companhia, e vou olhando para os numeros do relógio há espera que o meu calor do dia chegue. Os dias vão passando e olhar para trás é difícil, ficamos há espera do futuro, mas a única verdade é que temos de viver o presente. Por isso, desligo a música, fecho a porta e sem chapéu, vou-me pôr ao caminho, para mais um dia.

10 Comments:

Blogger Maria said...

Olhar para trás deixa às vezes um nó na garganta.
Vamos olhar para a frente e esperar que o futuro seja aquilo que nós quisermos que ele seja.
"Eles não sabem que o sonho..."
Bjs. grandes

outubro 21, 2005  
Anonymous Anónimo said...

O sonho é como uma chuva fina que cai silenciosa,mas que faz transbordar rios ,cheio de ilusões,em volta um mistério e venturas mil...

outubro 22, 2005  
Anonymous Anónimo said...

No fim,tudo dá certo.Se não deu,é porque ainda não chegou ao fim.

outubro 22, 2005  
Anonymous Anónimo said...

...matou uma amizade que deu lugar a uma saudade

outubro 23, 2005  
Anonymous Anónimo said...

O mais fantástico da vida é você encontrar alguém que consegue transformar poucos instantes em grandes momentos.

outubro 23, 2005  
Anonymous Anónimo said...

É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.

É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.

O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.

O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.

O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.

outubro 23, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Os Ombros Suportam O Mundo



Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.

Tempo de absoluta depuração.

Tempo em que não se diz mais: meu amor.

Porque o amor resultou inútil.

E os olhos não choram.

E as mãos tecem apenas o rude trabalho.

E o coração está seco.



Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.

Ficaste sozinho, a luz apagou-se,

mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.

És todo certeza, já não sabes sofrer.

E nada esperas de teus amigos.



Pouco importa venha velhice, que é a velhice?

Teus ombros suportam o mundo

e ele não pesa mais que a mão de uma criança.

As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios

provam apenas que a vida prossegue

e nem todos se libertaram ainda.

Alguns, achando bárbaro o espetáculo,

prefeririam (os delicados) morrer.

Chegou um tempo em que não adianta morrer.

Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.

A vida apenas, sem mistificação.

outubro 23, 2005  
Anonymous Anónimo said...

EU OUÇO MÚSICA



Eu ouço música como quem apanha chuva:
resignado
e triste
de saber que existe um mundo
do Outro Mundo...

Eu ouço música como quem está morto
e sente

um profundo desconforto
de me verem ainda neste mundo de cá...

Perdoai,
maestros,
meu estranho ar!

Eu ouço música como um anjo doente
que não pode voar.

outubro 25, 2005  
Anonymous Anónimo said...

É com espanto e satisfação que vizito este blog pela 1.ª vez, adorei a musica de fundo que num dia como este cinzento me aqueceu o coração.
Os poemas são lindos e o autor deste blog, têm muito bom gosto.
Continue vou passar por aqui mais vezes.
Ass: Ana Sofia Brás

outubro 31, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Agradavel ler este excerto do Al Berto. Outras selecções igualmente agradaveis encontrei por aqui. Cumprimentos.

novembro 02, 2005  

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