Tempo
A chuva caí, certinha, lenta e nostálgica e os poucos verdes começam a desbotar, em sincronismo com o meu estado de espírito. A música, essa, vai tocando e é a unica que me consegue dar o calor e a companhia para mais um dia. As pessoas lá fora correm para os seus empregos, para o seu dia a dia, com a esperança do amanhã, que por aqui anda perdida. Das palavras faço carícias, dos sons companhia, e vou olhando para os numeros do relógio há espera que o meu calor do dia chegue. Os dias vão passando e olhar para trás é difícil, ficamos há espera do futuro, mas a única verdade é que temos de viver o presente. Por isso, desligo a música, fecho a porta e sem chapéu, vou-me pôr ao caminho, para mais um dia.
10 Comments:
Olhar para trás deixa às vezes um nó na garganta.
Vamos olhar para a frente e esperar que o futuro seja aquilo que nós quisermos que ele seja.
"Eles não sabem que o sonho..."
Bjs. grandes
O sonho é como uma chuva fina que cai silenciosa,mas que faz transbordar rios ,cheio de ilusões,em volta um mistério e venturas mil...
No fim,tudo dá certo.Se não deu,é porque ainda não chegou ao fim.
...matou uma amizade que deu lugar a uma saudade
O mais fantástico da vida é você encontrar alguém que consegue transformar poucos instantes em grandes momentos.
É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.
É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.
O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.
O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.
O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.
Os Ombros Suportam O Mundo
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
EU OUÇO MÚSICA
Eu ouço música como quem apanha chuva:
resignado
e triste
de saber que existe um mundo
do Outro Mundo...
Eu ouço música como quem está morto
e sente
já
um profundo desconforto
de me verem ainda neste mundo de cá...
Perdoai,
maestros,
meu estranho ar!
Eu ouço música como um anjo doente
que não pode voar.
É com espanto e satisfação que vizito este blog pela 1.ª vez, adorei a musica de fundo que num dia como este cinzento me aqueceu o coração.
Os poemas são lindos e o autor deste blog, têm muito bom gosto.
Continue vou passar por aqui mais vezes.
Ass: Ana Sofia Brás
Agradavel ler este excerto do Al Berto. Outras selecções igualmente agradaveis encontrei por aqui. Cumprimentos.
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