30 junho 2007

A Margem

O rio a percorrer é o mesmo, na mesma margem encara-se a ponte de outra maneira.
Outro ângulo que poderá distorcer a visão de quem com mais avidez quer galgar os dias e as noites com medo que o eterno sono apareça. Agora que encontrou o remédio das suas noites sem luz, sabe que o Sol que a ilumina apesar de caminhar na mesma margem é obrigado a esconder-se por entre vegetação agreste onde velhas teias persistem em cultivar os medos na travessia da velha ponte.
O Sol, esse, interroga-se como será ver a Lua do outro lado. Gosta das noites de Lua cheia e tem medo de ao atravessar o rio, não conseguir dar à Lua aquilo que ela tão bem merece.
Assim, lentamente o Sol percorre rio abaixo, na expectativa de encontrar uma ponte sólida que consiga atravessar e dar à Lua todo o seu calor e luz que ela tanto precisa.
Dia a dia o Sol ilumina este rio que quer que seja muito longo, não deixando adormecer a Lua nem afogar-se em lágrimas, porque de lágrimas vai este rio cheio e de luz é também feita a vida.
O mar, esse espera as paixões eternas de que o céu é testemunha.

“Rico de mim, que só te sei AMAR”